A vigilância epidemiológica pode ser definida como um “conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”. (BRASIL, 1990).
Seu propósito é fornecer orientação técnica permanente para os que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos.
Tem como funções, dentre outras: coleta e processamento de dados; análise e interpretação dos dados processados, divulgação das informações, investigação epidemiológica de casos e surtos; análise dos resultados obtidos e recomendações e promoção das medidas de controle indicadas.
A vigilância da situação de saúde desenvolve ações de monitoramento contínuo do município, por meio de estudos e análises que revelem o comportamento dos principais indicadores de saúde, priorizando questões relevantes e contribuindo para um planejamento de saúde mais abrangente.
AÇÕES:
• INVESTIGAÇÃO DE ÓBITOS EM MIF (mulher em idade fértil)
- Meta: 100% de investigação de óbitos em mulher em idade fértil
Método: entrevista com familiares, consulta junto à Unidade Básica de Saúde ou IML.
Esta ação permite detectar os casos de óbitos maternos não declarados, ou descartar, após investigação, a possibilidade desses óbitos terem sido maternos, independente da causa declarada no registro original. Permite também identificar fatores determinantes que originam o óbito materno, com objetivo de direcionar medidas de redução de ocorrência de óbitos maternos.
- Meta: 100% de investigação de óbito infantil e fetal
Método: visita domiciliar, avaliação de prontuários ambulatoriais e hospitalares, IML, preenchimento de roteiro de investigação de óbitos.
A investigação dos óbitos fetais e infantis, após analise do Comitê de Mortalidade Materna e Infantil, os reclassifica de acordo com os determinantes causais do óbito e tem o objetivo de gerar dados e informações e assim apoiar medidas de prevenção.
• CONFERÊNCIA, CODIFICAÇÃO E DIGITAÇÃO DAS DECLARAÇÃOES DE NASCIMENTO E DE ÓBITOS
- 100% de declarações de nascimento e de óbito de residência e ocorrência conferidas, codificadas e digitadas no SINASC e SIM em tempo oportuno, principalmente com o evento da microcefalia e zika vírus para obtenção de dados pelo MS.
- Rotina de trabalho: busca ativa nos hospitais e cartório 3 x semana
- Digitação e envio de lote ao Sistema Federal semanalmente
• MONITORIZAÇÃO MENSAL DA HANSENÍASE (MH) E TUBERCULOSE (TB)
- Monitorização, acompanhamento e busca de sintomáticos (contatos) em conjunto com Ambulatório de MH e TB, e controle pelo SINAN
• MONITORIZAÇÃO DA DOENÇA RESPIRATÓRIA AGUDA
- Busca e monitorização nas Unidades Notificadoras (UPA, PAM 18 hs)
- Registro por semana epidemiológica no Sistema de Proporção de Casos de Doenças Respiratórias Agudas. Com objetivo de identificar surtos.
• MONITORIZAÇÃO DAS DOENÇAS DIARRÉICAS AGUDAS
- Monitotização e busca nas fontes notificadoras (UPA, PAM 18 hs)
- Registro por semana epidemiológica no Sivep-DDA, com objetivo de identificar surtos.
• NOTIFICAÇÃO E INVESTIGAÇÃO DOS AGRAVOS CONFORME PORTARIA Nª 1.271 DE 06/06/14
-Notificação dos agravos, busca ativa nos estabelecimentos de saúde, conferência, investigação, digitação dos casos notificados, encerramento dentro do prazo estabelecido e correção do banco de dados do SINAN.
- Acompanhamento dos casos notificados, quimioprofilaxia dos contatos quando necessário (meningites por H.I, N.M e Coqueluche, Acidente de Trabalho com material perfuro-cortante).
- Bloqueio da cadeia de transmissão.
• COLETA DE MATERIAL PARA EXAMES DE DIVERSAS PATOLOGIAS
- Envio ao Laboratório Central (LACEN)
- Acompanhamento dos resultados e orientação ao paciente.
• MONITORIZAÇÃO DE PARALISIA FLÁCIDA AGUDA, RUBÉOLA, SARAMPO E TÉTANO
- Busca ativa nos estabelecimentos de saúde.
- Notificação e investigação, coleta de exames, acompanhamento e encerramento dos casos suspeitos.
- Registro por semana epidemiológica no Boletim Semanal e envio à 16ª Regional de Saúde
- Bloqueio da cadeia de transmissão quando necessário
Perguntas Frequentes
1. Para que serve a Declaração de Nascimento?
A declaração de nascimento é um documento onde consta todos os dados do recém nascidos. É um documento provisório necessário e obrigatório que a maternidade preenche após o nascimento de uma criança. A via amarela fica em posse dos pais para
o registro em cartório civil. Portanto, na alta hospitalar os pais devem estar com a declaração de nascimento em mãos ou até mesmo já terem realizado o registro em cartório.
2. Perdi a declaração de nascimento do meu filho, o que fazer?
A declaração de nascimento é única, não tem como retirar a segunda via ou fazer outra. O correto é fazer um boletim de ocorrência no Departamento da Polícia Civil e fazer contato com a Vigilância Epidemiológica.
3. O que fazer com a declaração de óbito?
A declaração de óbito, é um documento que declara a morte de um indivíduo. É fornecida pelos hospitais. Posteriormente, deve-se fazer o atestado de óbito no cartório civil da cidade onde ocorreu o óbito. (ex: se a pessoa que morreu é de Arapongas, porém morreu em outra cidade o atestado de óbito deve ser realizado no município onde ocorreu o óbito antes do sepultamento).
4. Perdi a declaração de óbito de meu familiar, posso solicitar uma segunda via?
Não existe segunda via da declaração de óbito. E também não se preenche outra declaração. O procedimento nesse caso é: fazer um boletim de ocorrência na policia civil. O processo para registrar o óbito em cartório civil, em caso de perda se dá através de solicitação judicial.
5. Quero uma xérox da declaração de óbito, solicito para vigilância epidemiológica?
Não, a vigilância epidemiológica não fornece cópia de declaração de óbito, pois após o registro do óbito em cartório civil, o ATESTATO DE ÓBITO é o documento de valor legal.
6. Quais exames a vigilância epidemiológica realiza?
*A vigilância Epidemiológica é responsável pelos exames de sangue de sorologias das doenças de notificação compulsória ( dengue, chikungunya, zika vírus, leptospirose, hantavirose, H1N1, rubéola, sarampo, meningite, etc). Porém, os exames são coletados conforme o protocolo do Ministério da Saúde. O ideal é passar por avaliação em Unidades de Saúde para avaliação e acompanhamento.
*O CTA - Centro de Testagem e Aconselhamento realiza os testes rápidos de HIV, sífilis, hepatite B e hepatite C ( que são realizados de segunda à sexta-feira das 7:30 às 11:00 hs e das 13:00 às 16:30 hs, não sendo necessário jejum - necessário para realização dos testes rápido documento com foto).
7. Qual o horário para coleta de sangue?
A coleta de sangue para dengue e outras doenças é realizado no período da manhã à partir das 07:30 hs até as 12:00 hs - pois na maioria as coletas necessitam de jejum. Porém cada caso é analisado em sua particularidade.
8. Acho que estou com dengue devo procurar a epidemiologia?
O ideal é procurar atendimento nas Unidades de Saúde , 18 hs, UPA. A epidemiologia realiza a coleta de sangue e encaminha os casos notificados para o setor de endemias para realização as ações de bloqueio.
9. Tem um terreno baldio que tem foco do mosquito da dengue ou entulhos que podem conter o mosquito da dengue, onde devo notificar/denunciar?
Esses casos podem ser relatados ao setor de endemias que realizam a visita in loco e tomam as medidas necessárias.
10. Existe exame para zika?
Sim, o Lacen - Laboratório Central de referência do Estado do Paraná em Curitiba realiza o exame para zika via SUS. Esse é coletado até o 5º dia do inicio dos sintomas, passado esse período ainda não se dispõe de outro método que faça o diagnostico.
11. Fui diagnosticada com a gripe (H1N1), preciso de tamiflu. Posso buscar na epidemiologia?
A epidemiologia não distribui o tamiflu. A distribuição do tamiflu é feita na farmácia central ( Jaime de Lima).
Ou
Se você foi atendido na UPA ou nos 18 horas então a medicação pode ser retirada nesses mesmos locais.
12. Estou com gripe, quero coletar exame para H1N1?
A coleta de H1N1 é realizada seguindo o protocolo do Ministério da Saúde ( todos os materiais: meio de coleta viral, swab são fornecidos pelo Ministério da Saúde). O objetivo é fazer o diagnostico do vírus circulante. Na suspeita da gripe a orientação do Ministerio da Saúde é a prescrição do tamiflu, uma vez que a medicação é mais eficaz nas primeiras 48 horas do inicio dos sintomas.
13. Acho que estou com dengue, posso procurar atendimento na vigilância epidemiológica?
A epidemiologia tem a função de coletar os exames (sorologias), receber as notificações e acompanhar os dados, encerrar os casos notificados, traçar o perfil epidemiológico, avaliar e investigar os casos graves.
O ideal é procurar atendimento na Unidade de Saúde da sua região para avaliação e acompanhamento do quadro clínico.
14. O que é zika?
O vírus Zika é um arbovírus (grande família de vírus), transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti. É uma doença viral caracterizada pelo quadro clínico de febre, presença de manchas vermelhas na pele com coceira, olhos vermelhos sem coceira e sem secreção, dores musculares e nas articulações.
15. Quais são os principais sinais e sintomas da zika?
Os principais sinais e sintomas incluem manchas vermelhas na pele com coceira, febre, olhos vermelhos (sem coceira e sem secreção), inflamação ou dor nas articulações, dor muscular, dor de cabeça e dor nas costas. Com menor frequência, há relatos também de inchaço, dor de garganta, tosse e vômitos. Segundo a literatura, apenas 18% das pessoas apresentam manifestações clínicas da doença. Geralmente os sinais e sintomas duram de 2 a 7 dias.
16. Como a Zika é transmitida?
A principal via de transmissão é vetorial, por meio da picada de mosquitos Aedes aegypti. Após um período de incubação (período entre a picada do mosquito e o início de sintomas) de cerca de aproximadamente 4 dias, o paciente poderá iniciar os primeiros sinais e sintomas.
17. Quais as medidas de prevenção e controle?
As medidas de prevenção e controle são semelhantes às da dengue e chikungunya. Não existem medidas de controle específicas direcionadas ao homem, uma vez que não se dispõe de nenhuma vacina ou drogas antivirais. Dessa forma, o controle está centrado na eliminação de criadouros do mosquito transmissor.